Durante o meu discurso de posse, no dia 02 de fevereiro fui brutalmente atacado por um colega da Casa, e ele novamente utilizou a tribuna, na sessão do dia 03 de fevereiro, para rechaçar seu preconceito sobre a forma da inclusão, quando eu utilizo nos meus discursos a linguagem neutra.
A linguagem neutra é utilizada para se referir a pessoas que não se identificam com o gênero masculino nem com o feminino, e demonstra um movimento de inclusão da comunidade LGBTQIAPN+ no cotidiano das pessoas.
Vale lembrar que a língua portuguesa é viva, é mutável e precisa ser inclusiva de modo a abraçar todas as pessoas. A minha atitude ao utilizar o termo TODES, demonstro a preocupação com a diversidade existente aqui em Uberlândia, com o acolhimento que sempre busquei oferecer a quem chega até mim.
E para a utilização do termo, contrariando o que o nobre edil que me critica veemente disse na tribuna, o termo TODES existe e a história comprova.
No Brasil e em outras línguas latinas, há a definição de gênero para quase todos os termos utilizados no dia a dia. Originalmente o Latim tinha três formas: feminino, masculino e neutro, mas com o tempo caiu em desuso, e hoje utilizamos apenas as duas primeiras formas, sendo convencionado que o plural seria colocado no masculino.
Para tornar a língua portuguesa neutra, algumas soluções como o uso do “x” ou do “@”, chegaram a ser utilizadas, principalmente nas redes sociais. Entretanto, o mais usado e aceito é o uso do “e” e do “u” para substituir a marcação de gênero, por exemplo: Ele/ela se torna “elu”, brasileiro(a), se torna “bresileire”, todos/todas, se torna “todes”.
Por que tanta resistência em mudar? Nunca se defendeu tanto a língua portuguesa. Se existe a demanda por uma linguagem mais inclusiva, é porque reproduzimos os valores de uma sociedade que também precisa de uma revolução na maneira de pensar e agir. Precisamos nos tornar pessoas melhores para melhorarmos o mundo em que vivemos.
Pensem sobre isso!
Dr. Igino Marcos
Vereador