Hoje, dia 24 de fevereiro de 1932, completa 91 anos de uma nova história, que passou a ser escrita no Código Eleitoral brasileiro, quando as mulheres brasileiras tiveram o seu direito de votar garantido, por meio do Decreto nº 21.076, assinado pelo então presidente Getúlio Vargas.
Com o direito assegurado, as mulheres foram às urnas pela primeira vez em 3 de maio 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, com votação em âmbito nacional.
Para que essa conquista se tornasse possível, essa luta começou muito antes, com os movimentos mundiais pela participação feminina na política, como o sufragista, que, entre o fim do século XIX e o início do século XX, mobilizava a luta das mulheres pelo direito ao voto – o sufrágio, em países como Estados Unidos, França e Inglaterra. Na época, as mulheres eram consideradas “incapazes de atuar no meio político” e, consequentemente, o sufrágio feminino era um direito a elas negado, o domínio político ficava exclusivamente nas mãos dos homens.
Entre as ativistas sufragistas, a bióloga Bertha Maria Julia Lutz – que acompanhou a luta dos movimentos feministas pela Europa e EUA, em suas viagens a estudo –, foi uma das responsáveis por encabeçar o movimento no Brasil e pela vitória, em 1932. Uma mulher à frente de seu tempo, Bertha criou e participou de movimentos como a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher e foi representante do Brasil na Liga das Mulheres Eleitoras.
Uma das frases célebres de Bertha Lutz retrata o que significou a sua luta pela igualdade de direitos jurídicos entre os sexos:
“Recusar à mulher a igualdade de direitos em virtude do sexo é negar justiça à metade da população”.
Desde então, pequenos avanços foram conquistados no que tange a participação das mulheres nos processos eleitorais no país, com o eleitorado feminino superando o masculino nos anos 2000 e finalmente o Brasil elegendo sua primeira, e única, mulher presidente em 2010, com Dilma Rousseff.
Michelle Bachelet disse que;
“Quando uma mulher entra na política, muda a mulher. Quando muitas mulheres entram na política, muda a política.”
E acredito nisso e vejo a necessidade dessa mudança.
Dr. Igino Marcos
Vereador